NIBALDO ARANEDA
Diretor Artístico e Maestro Titular
O chileno Nibaldo Araneda dedica toda a sua carreira ao canto coral atuando como regente, cantor lírico, professor, preparador vocal, compositor e arranjador.
Iniciou seus estudos musicais no Coralusp, no qual teve a oportunidade de estudar canto, piano e teoria musical com Sofia Mukhametova, Regina Schlochauer e Roberto Rodrigues. Estudou canto na Universidade Livre de Música (ULM) com Francisco Campos Neto. É bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) na qual teve aulas de canto com Caio Ferraz, Martha Herr e Andreia Kaiser, além de aulas de regência com Vitor Gabriel e Samuel Kerr. Estudou na Escola Municipal de Música: ali, além das aulas de canto e teoria musical, aprimorou seus estudos de regência coral com a maestrina Naomi Munakata. Também estudou regência orientado pelos maestros Alberto Cunha, Abel Rocha e Martin Schmidt (Alemanha). Formou-se na primeira turma do curso de Especialização em Regência Coral da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com grandes nomes do canto coral brasileiro como docentes, tais como Ana Lúcia Goborim, André Vidal, Ângelo Fernandes, Ângelo Dias, Carlos Fiorini, David Junker, Edu Fernandes, Gisele Cruz, Isabela Sekeff, Jocelei Bohrer, José Maurício Brandão, Juliana Melleiro, Manuel Camara Rasslan, Maria José Chevitarese, Rafael Garbuio, Sergio Figueiredo, Vladimir Silva entre outros.
Como compositor, em 1998, escreveu sua primeira obra expressiva sobre o poema de Federico García Lorca, Canción Primaveral. Esta obra foi executada pelo Coro da Osesp em sua turnê pela Espanha em 2006 e gravada pelo grupo Bendita Folia em 2021. Em 2003, venceu o I Concurso Nacional de Composição Coral promovido pela Associação Paulista de Regentes Corais (Aparc) com a obra Oração do Aflito com texto extraído do Salmo 102. Para o aniversário de 15 anos do Coro da Osesp, compôs Ismália, sobre o poema de Alphonsus Guimaraens, obra que teve grande repercussão e, em 2015, foi gravada no CD Romaria – Choral Music from Brazil do grupo inglês The Gonville and Caius College.
Em 2017, para comemorar os 50 anos do Coralusp, escreveu a opereta coral "Juvenal e o Dragão", baseada no cordel de Leandro Gomes de Barros, obra para narrador, coro e piano. A obra estreou sob a regência de Márcia Hentschel e o Coralusp, grupo Sestina, no Museu de Arte Sacra de Paraty.
Participou da fundação do Coral da Sociedade Bach sob o comando da maestrina Mônica Meira Vasques, do Madrigal Levare sob a regência de Alberto Cunha, do Grupo Vox coordenado pela maestrina Naomi Munakata e do grupo Audi Coelum do maestro Roberto Rodrigues. Como integrante do octeto vocal Lux Profana, gravou o CD Iluminuras, música silenciosa pela Gravadora Velas, e como integrante e solista do Coral São Paulo de Naomi Munakata gravou o CD Ladainhas de Nossa Senhora.
Estreou como solista em 1994, numa coprodução da Unesp e do Sesc, no papel de Bártolo da ópera As Bodas de Fígaro de Mozart. Entre 1999 e 2000 integrou o Núcleo de Ópera da Faculdade Santa Marcelina, no qual teve a oportunidade de realizar o papel de Uberto em La Serva Padrona de Pergolesi e do Mago Colas em Bastien e Bastienne de Mozart, óperas apresentadas no Centro Cultural Vergueiro, no Theatro São Pedro (São Paulo) e no Teatro José de Alencar (Fortaleza).
Em 1993, criou o Coral do Metrô, grupo aberto para funcionários e a comunidade. Até o ano 2001 permaneceu na regência do grupo, no qual criou vários projetos de concertos nas estações como Corais no Metrô e Canto Coral de Natal, que todo ano reuniam mais de trinta corais da cidade em apresentações itinerantes pelas estações. Em 2002, assumiu dois novos coros amadores como regente e preparador vocal: o Coral do Club Athletico Paulistano e o Coral da Sociedade Harmonia de Tênis.
Em 2005, foi convidado para assumir a regência titular do Coral do Estado que, sob sua gestão, recebeu o novo nome de Coral Jovem do Estado. A principal proposta durante seus seis anos de gestão (até 2010) foi transformar esse grupo de bolsistas na principal fonte de novos cantores para os grupos profissionais da cidade de São Paulo. Por meio de um trabalho intenso com mais de dez concertos diferentes por ano, foram 18 cantores profissionalizados durante esse período.
Com o Coral Jovem do Estado começou a participar das óperas do Theatro São Pedro e, em 2010, criou um grupo profissional especificamente para esta atividade: o Coral Lírico Paulista. Preparou-o para inúmeras óperas, algumas conhecidas – como As Bodas de Fígaro de Mozart e O Elixir do Amor de Donizetti – e outras em primeira audição – como O Amor dos Três Reis de Montemezzi e As Bodas no Monastério de Prokofiev. O destaque como preparador de coros para ópera rendeu em 2013 um convite para preparar o Coral do Amazonas durante o XVII Festival Amazonas de Ópera em Manaus.
Sua participação no Coro da Osesp merece destaque. Ingressou em 1994 na primeira seleção do Coral Sinfônico do Estado de São Paulo, grupo que em 2001 mudaria seu nome para Coro da Osesp. Foram centenas de concertos nos 17 anos que permaneceu no coral, vários como solista, como a Missa em Sol Maior de Schubert, a Missa de Joseph Jorgen e a Missa em Sol Menor de Vaughan Williams. Destacam-se ainda os concertos de reinauguração do Theatro São Pedro em 1997, com a ópera La Cenerentola de Rossini, e a inauguração da Sala São Paulo com a Segunda Sinfonia de Mahler – A Ressureição.
Em 2004, devido a um afastamento de saúde da maestrina Naomi Munakata, esteve à frente do grupo por 60 dias, período em que preparou a ópera Francesca da Rimini de Rachmaninov, o programa a cappella de compositores escandinavos para o regente convidado Erik Wesberg e a obra On the Transmigration of Souls do compositor americano John Adams, inspirada na tragédia dos atentados de 2001 em Nova Iorque.
Em 2011 foi convidado pelo maestro Tiago Pinheiro para assumir o cargo de regente assistente do Coral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo. Em dois anos à frente do grupo realizou dezenas de concertos, dentre os quais se destacam o Requiem e As Quatro Peças Sacras de Verdi e as óperas Idomeneo de Mozart, O Rouxinol de Stravinsky e O Menino e os Sortilégios de Ravel.
Atualmente é diretor artístico do Collegium Musicum de São Paulo e docente da Escola Municipal de Música da Fundação Theatro Municipal.